quinta-feira, 30 de abril de 2009

Em Maio na Maia

O mês de Maio é perfeito para uma escapadela até à Maia: música, modernidade e uma experiência gastronómica inesquecível. Aproveite as nossas ofertas e garanta bons momentos na companhia de quem mais gosta.

FESTIVAL DE MÚSICA DA MAIA
FESTIVAL GASTRONÓMICO DA MAIA
Saiba mais em : http://turismo.maiadigital.pt




TURISMO DA MAIA l MAIA WELCOME CENTER
PARQUE CENTRAL DA MAIA, LOJA 19 - PISO 1 l 4470 - 214 MAIA l PORTUGAL
Telef: + 351 22 944 47 32 / 800 20 26 40 Fax: + 351 22 941 04 85.
Internet: http://turismo.maiadigital.pt - E-mail turismo@cm-maia.pt

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Cabrito Assado à Maiata


O modo de assar o cabrito numa assadeira de barro e sobre ramos de loureiro dispostos em grade é típico desta região, sendo a disposição destes, importante para o êxito final desta receita.

Ingredientes (4 pessoas):
1,5kg de cabrito
1 cebola grande
2 dentes de alho
1 colher de sopa de azeite
1dl de vinho branco
150g de banha
1 ramo de salsa
1 folha de louro
100g de cenouras
500g de arroz
Sal e pimenta q.b.

Modo de Preparação
Refogue num tacho de barro, as cenouras, a cebola, os alhos picados, o ramo de salsa e o louro juntamente com as gorduras, até alourar. De seguida, coloque este refogado numa assadeira de barro, dispondo o cabrito na mesma. Leve-a ao forno, até que o cabrito perca o seu aspecto cru e regue-o com o vinho branco. Adicione um pouco de água até perfazer uma boa porção de molho. Tempere com sal e pimenta. Quando o cabrito estiver assado, retire-o da assadeira. Coloque o molho num tacho, acrescentando a água necessária para cozinhar o arroz e deixe levantar fervura. Meta o arroz, mexa e conserve ao lume até recomeçar a ferver. Nesse momento, coloque o arroz na assadeira, atravesse os ramos de loureiro em grade sobre este e disponha neles o cabrito. Leve ao forno, novamente e deixe o arroz cozer e o cabrito tostar.Vai à mesa como sai do forno.

Restaurante "O Fernando"
Rua de Pedras Rubras, 135
Moreira
Telef.: 22 942 60 68

As Amêndoas que Adoçam a Nossa Páscoa


"São um dos símbolos da mesa que mais remetem para a época pascal. Fomos à procura das raízes das amêndoas e temos também uma receita para que possa fazê-las em casa - a Páscoa, como o Natal, pode ser quando o homem quiser.As amêndoas doces são um dos mais expressivos, conhecidos e apreciados símbolos pascais. Não há afilhado que não as deseje e nenhum padrinho cumpridor das tradições que se esqueça de as dar. As mais clássicas lembram ovinhos doces. Ovos, matriz da vida. Aleluia!

A Páscoa é a principal festa religiosa dos judeus celebrada anualmente para assinalar a saída do Egipto (o Êxodo), dirigida por Moisés, para a Terra Prometida. Assinala a passagem ("pesack") do anjo que exterminou os primogénitos dos egípcios. Obrigatório, como comida ritual, o cordeiro, assado inteiro, as ervas amargas e o pão ázimo, lembrando que, na aflição da partida, nem tempo houve para a massa levedar.

Os cristãos fizeram da Páscoa a festa da Ressurreição de Jesus Cristo, a mais significativa celebração do seu calendário. Festa da família, à Páscoa dos cristãos aparecem associados o comer e o beber, tanto mais que é antecedida de um período, a Quaresma, tempo de abstinência e jejuns, ao menos por aqueles que encaram os preceitos religiosos com seriedade. Assinala o etnógrafo Ernesto Veiga de Oliveira, na sua obra "Festividades Cíclicas em Portugal" (Publicações Dom Quixote), que "a Páscoa é, em Portugal, uma época característica de presentes cerimoniais, nomeadamente de natureza alimentar, e os presentes da Páscoa levam o nome genérico de "folares". Ou "amêndoas", acrescento eu, que, em miúdo, ouvi algumas vezes a recomendação: "Não te esqueças de pedir a bênção ao teu padrinho, para ele te dar as amêndoas". Ou, por vezes, "o folar".

Num livro indispensável a quem queira aprofundar a informação sobre o tema, "Festas e Comeres do Povo Português", 2 volumes (Editorial Verbo, 1999), Maria de Lourdes Modesto e Afonso Praça constatam que "a amêndoa é hoje um dos símbolos da festa pascal", devendo assinalar-se que as chamadas "amêndoas da Páscoa" apresentam uma forma que se aproxima muito da dos ovos. São as "amêndoas francesas" - um "confeito confeccionado com uma amêndoa revestida de açúcar endurecido, liso, branco ou de cor", segundo definição do Larousse Gastronomique. Modernamente, a amêndoa é muitas vezes substituída por avelã, pistácio e, pasme-se!, até amendoim e chocolate. E, mais, acrescento eu, pinhões, torrados ou não, que dão origem a umas amendoinhas, um pouco mais pequenas do que ovinhos de carriça, que são uma delícia. E as de licor? Um dos presentes mais desejados por muitos afilhados, que se encantam com estes confeitos de açúcar em forma de passarinhos, feijões, favas, ervilhas e outros, que, rompida a camada fina de açúcar endurecido, inundam a boca com os sabores delicados de licores.

Voltando ao texto de Maria de Lourdes Modesto e Afonso Praça, eles lembram que "os primeiros confeitos só apareceram quando o açúcar foi introduzido na Europa". Segundo a mesma fonte, até meados do século XIX, as amêndoas confeitas fabricavam-se à mão, artesanalmente, e só em 1850 surgiu a primeira turbina mecânica. Lê-se no Larousse Gastronomique que, "quer se trate de confeitos de amêndoas, de avelãs ou de pistácios, de confeitos envolvidos por amêndoas torradas aos pedacinhos ou de confeitos recheados, a técnica de confecção é sempre a mesma; só muda o recheio. As amêndoas mais afamadas são de origem italiana (as "avolas", chatas e regulares), as espanholas ("planetas"), ligeiramente abauladas, que são menos regulares. As amêndoas são metidas na turbina, molhadas três vezes com uma mistura de goma arábica e açúcar, secas e depois cobertas com um xarope de açúcar concentrado; são de seguida branqueadas (num xarope de açúcar a que se adicionou amido), depois polidas e eventualmente coloridas".

"Entre nós - informam Maria de Lourdes Modesto e Afonso Praça - há muito quem aprecie as chamadas "amêndoas francesas", mas deve dizer-se que algumas que recebem esta designação são de fabrico nacional. Em Portugal fazem-se de resto umas óptimas amêndoas de sobremesa, a que se chamam enxovalhadas. Mas há umas amêndoas de fabrico artesanal, que merecem uma referência especial: as "amêndoas cobertas" de Moncorvo. São, de certo modo, uma especialidade da vila, mas toda a gente conhece estas amêndoas na região, uma vez que as "doceiras de Moncorvo" se encarregam de as promover nas festas e romarias onde montam a sua mesa para vender súplicas, económicos, licor de canela e, naturalmente, as amêndoas cobertas".

Receita

Amêndoas de sobremesa ou enxovalhadas
1 chávena de amêndoas + uma chávena de açúcar + uma chávena de água + uma pitada de canela (facultativo)

Sem se pelarem, esfregam-se as amêndoas num pano. Num tacho, de preferência de cobre, deitam-se as amêndoas, o açúcar e a água e deixa-se repousar uns quinze minutos para amolecer o açúcar. Depois, leva-se o tacho a lume muito forte para levantar fervura rapidamente. Reduz-se imediatamente o calor para o mínimo, agitando o tacho de vez em quando, até o açúcar fazer ponto de areia, isto é, até que o açúcar solidifique e se agarre às amêndoas e às paredes do tacho. Nesta altura, volta a intensificar-se o calor e, mexendo vigorosamente com uma colher de pau forte, separam-se as amêndoas, tanto quanto possível, deixando-as caramelizar muito ligeiramente. Deitam-se as amêndoas imediatamente sobre a pedra da mesa, untada com óleo de amêndoas doces ou outro de sabor neutro. Depois de frias, separam-se. Guardam-se em caixas de folha para evitar que amoleçam.

Nota: Para que as amêndoas se conservem macias, é fundamental que o caramelo final seja na realidade muito ligeiro."

Maria de Loures Modesto, Afonso Praça, Nuno Calvet (fotos), Festas e Comeres do Povo Português, Volume II, Editorial Verbo, 1999

David Lopes Ramos (Março 2009)

retirado daqui

quarta-feira, 8 de abril de 2009

A cada palavra seu significado

Por vezes utilizamos termos que, sendo semelhantes, encerram conceitos diferentes. Eis três exemplos, para que os empreguemos de forma correcta:

Gastronomia:
Conceito lato, englobando a culinária, as bebidas, as matérias primas alimentares e, sobretudo, os aspectos culturais a eles associados.
Um gastrónomo pode, por isso, ser ou não ser cozinheiro; mas sempre se preocupará com o refinamento da alimentação, não só na sua fase de preparação como também na de apresentação, e com a organização das refeições em si.

Culinária:
Arte de confeccionar os alimentos, evoluiu muito ao longo da História da humanidade. Dada a enorme diversidade ecológica, varia muito de região para região, não só no que toca à matéria-prima como à técnica e aos utensílios.
É um dos mais fortes componentes da matriz cultural de cada zona, permitindo-nos detectar diferenças e especificidades tanto quanto contactos e afinidades.

Cozinha:
Sendo essencialmente a face mais prática da arte de alimentar, reflecte frequentemente factores culturais. A Alheira de Mirandela e o Churrasco gaúcho são disso exemplo. Como o consumo de carnes no contexto religioso também. A carne de vaca é tabu entre os Hindus, a de porco entre Muçulmanos e Judeus.

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Elementos para uma História da Alimentação 1


Os primeiros tempos
Desde os tempos mais remotos que comer não é apenas alimentar-se, mas também um acto social.
Entre os povos primitivos, a refeição em comum estabelecia um vínculo, uma obrigação tácita de auxílio e ami­zade. Comer do mesmo prato era a prova maior de fraternidade.
No início comia-se de modo muito simplista, importando mais a quantidade do que a qualidade. Desde que matasse a fome qualquer alimento servia. Mas a evolução mudou muito as coisas. Com o tempo os nossos antepassados foram apurando o gosto e a exigência.
Nas sociedades cada vez mais ricas e desenvolvidas, a comida passou a merecer um interesse e um cuidado especiais. Em cada região se desenvolveram hábitos alimentares característicos, que reflectiam a cultura e o grau de civilização dos povos.
Tanto no Oriente como no Ocidente muitas pessoas de talento e paladar refinado se foram dedicando à preparação, ao desenvolvimento, ao consumo e ao estudo dos alimentos. E deste modo, paulatinamente, surgem uma Ciência, a Dietética, que estuda os processos que conduzem a que se coma cada vez melhor, e uma Arte, a Gastronomia, que podemos definir como a preocupação de bem comer.
Os chimpanzés, nossos parentes primatas mais próximos, alimentam-se de folhas, frutos e alguma carne quando vivem em liberdade. É de crer que o mesmo aconteceria com os primeiros seres humanos. Contribui também para esta ideia o que conhecemos dos povos que, ainda hoje, vivem muito próximo desse estádio de desenvolvimento, como é o caso de alguns aborígenes e de alguns índios da Amazónia. A sua alimentação inclui folhas, raízes, fruta, insectos, pequenos roedores, alguma caça maior e, no caso dos últimos, peixe. Mesmo assim os produtos de origem animal não ultrapassam normalmente os 25% da ração diária.
Uma mudança climática, tornando o ambiente mais seco, privou os nossos antepassados de muitos dos recursos vegetais, sendo estes forçados a um maior consumo de carne e a uma melhor organização das caçadas[1]. Isto teria originado o desenvolvimento da comunicação, das faculdades intelectuais, da divisão por sexo das actividades no grupo e da cooperação entre indivíduos e entre sexos.
A recolecção de vegetais nunca deixou de ter grande importância quer no aspecto nutricional quer no económico, principalmente após a descoberta do fogo que tornou possível o consumo de vegetais que eram tóxicos quando crus.
Por volta de 5000 a.C, com o fim dos glaciares, o clima nas latitudes médias da Europa passa a ser temperado húmido, o que faz com que a vegetação se adense e as grandes manadas de herbívoros desaparecem, dando lugar aos animais de médio e pequeno porte, o que tem como consequência a diminuição da carne disponível. O homem, tradicional habitante das planícies e planaltos abrigados, desloca-se mais para o litoral, onde abunda o peixe e as aves aquáticas com os seus ovos. Mas outras fontes de alimentação se tornam disponíveis - vegetais, moluscos, pássaros grandes e pequenos, renas, javalis, lebres e coelhos, e outros pitéus menos utilizados hoje em dia como caracóis, lesmas e cobras.
As gravuras e pinturas rupestres ajudam-nos a traçar um perfil algo aproximado de uma dieta paleolítica, que incluiria a carne de grandes e médios animais, mas também outros produtos que eram recolhidos, como é o caso do mel, muito importante no equilíbrio de dietas pobres.
É importante lembrar que a descoberta e o domínio do fogo constituiu a primeira grande revolução alimentar humana, já que permitiu conservar mais facilmente alguns alimentos, bem como torna-los mais comestíveis e digeríveis. Costuma dizer-se por isso que o fogo foi o primeiro tempero que o homem utilizou.
No início do Neolítico dá-se a segunda grande revolução, a descoberta da agricultura, que, com a quase simultânea descoberta da domesticação, lançou as bases da nossa alimentação tradicional: cultura de cereais (trigo e centeio, principalmente), e criação de carneiros, cabras e porcos.
Na Europa temperada, o consumo dos cereais e da carne dos animais domésticos é complementado pela exploração de recursos silvestres, o que resulta numa alimentação abundante e equilibrada cuja base é constituída por cereais, leguminosas, carne de boi e de carneiro.
A importância do cereal, em abstracto e seja qual for, é enorme no surgimento da arte culinária - a mulher pôs os cereais e as leguminosas a amolecer, cozeu-os no fogo, fez papas, e passou a alimentar facilmente crianças e velhos. Entre duas pedras moeu o grão, fez farinha, amassou o pão e assou-o no forno. Fermentou a cevada e fez cerveja.
Uma das mais valiosas contribuições para a gastronomia foi a descoberta do sal, que era inicialmente extraído de pedras, sobretudo ardósias, observando os animais que as lambiam. Só mais tarde foi extraído do mar.
Inventou-se também o forno de barro amassado, o qual revelava os sabores, dando o exacto ponto de assadura aos alimentos. A cozinha requinta-se, dando origem às primeiras combinações de carnes, aves ou peixes.
E, com maiores ou menores variantes, assim se foi cozinhando e comendo até à Antiguidade Clássica.
[1] Cf. PERLÈS, C. “As estratégias alimentares nos tempos pré-históricos”, in História da Alimentação, Dir. de Jean-Louis Flandrin e Massimo Montanari, Vol. I. Lisboa, Terramar, 1998, pp. 25-40.

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Confraria entrega Diploma ao Restaurante "O Fernando"

O Presidente da Confraria Gastronómica da Terra da Maia, Cândido Graça, durante o jantar mensal da confraria, no restaurante “O Fernando”, em Pedras Rubras, entregou um diploma a Alice e Fernando Almeida (na foto, da esquerda para a direita). Trata-se de uma distinção da confraria pela preservação da gastronomia da região, neste caso, pela receita do “Cabrito à Maiata”, servido no jantar que reuniu diversos confrades.

O proprietário, Fernando Almeida, assumiu tratar-se de um reconhecimento pelo trabalho de já duas décadas no sector, garantindo que continua a tentar dar o seu melhor pela gastronomia

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